Sumaya Máttar Hiperidrose suor excessivo

A Hiperidrose (suor excessivo)

Produzimos o suor, principalmente, para resfriar a superfície da pele e assim manter a temperatura do corpo, mas ele também tem outras funções como hidratar a pele e eliminar metabólitos do organismo. Quando o suor torna-se excessivo – o que chamamos de Hiperidrose – e começa a provocar desconforto, é hora de procurar tratamento.

Um dos efeitos desagradáveis de quem tem Hiperidrose são as manchas de suor (“pizzas”) na área da axila, principalmente quando o tecido da roupa é colorido. Outro, é o constrangimento ao se cumprimentar alguém com a mão úmida.

O odor desagradável do suor – o que chamamos de Bromidrose – surge por causa da decomposição das bactérias que proliferam no suor produzido por um determinado tipo de glândula (apócrina) que está presente, principalmente, em áreas como as axilas, região genital, pés e aréola mamária, e se tornam ativas no início da puberdade. 

A transpiração no restante do corpo não tem odor desagradável porque é resultado de outro tipo de glândula (écrina), que produz um suor composto 90% por água: contém poucas substâncias orgânicas que possam ser degradadas pelas bactérias.

Causas

A hiperidrose pode decorrer por diferentes causas, como fatores emocionais, hereditários ou doenças. Algumas pessoas transpiram mesmo em repouso. É normal suar quando está calor ou durante a prática de atividade física e também em certas situações específicas como momentos de raiva, nervosismo ou medo.

Porém, a sudorese excessiva pode ocorrer mesmo sem a presença de qualquer desses fatores. Isso porque as glândulas sudoríparas dos pacientes são hiperfuncionantes.

A alimentação não influencia diretamente na produção do suor, porém alimentos que favorecem o aumento da temperatura do corpo aumentam a transpiração. O suor, no entanto, pode ter cheiro mais desagradável por causa de alguns alimentos fortes (cebola, alho, etc).

Os tecidos sintéticos aumentam o calor na pele, provocando a transpiração e também impedindo a evaporação da mesma: assim as bactérias, responsáveis pelo mau cheiro proliferam. 

A umidade do suor também provoca outros problemas, como a desenvolvimento de fungos que causam as micoses. Por isso prefira os tecidos de algodão, especialmente, para as roupas íntimas: calcinha, cueca, sutiã e meias.

Áreas afetadas

O excesso de suor é mais frequente nas axilas, nas palmas das mãos e nos pés. Também é comum na face, couro cabeludo e virilhas, mas pode se localizar em qualquer outra área do corpo.

Quando há transpiração extrema, esta pode ser embaraçosa, desconfortável, indutora de ansiedade e se tornar incapacitante.

Sumaya Máttar Hiperidrose onde afeta

Pode perturbar todos os aspectos da vida de uma pessoa, desde a escolha da carreira e atividades recreativas até relacionamentos, bem-estar emocional e autoimagem.

Isto é particularmente importante nos adolescentes, principalmente se acompanhada da bromidrose (odor desagradável). Em geral, os homens suam praticamente igual às mulheres, mas há predominância do cheiro mais forte, pois como não depilam as axilas, as bactérias proliferam mais.

Hiperidrose primária focal e secundária generalizada

Há dois tipos de hiperidrose:

  • Hiperidrose primária focal. 
    Aparece na infância ou adolescência, geralmente, nas mãos, pés, axilas, cabeça ou rosto. As pessoas não suam quando dormem, ou em repouso. Normalmente, há mais pessoas na mesma família com o mesmo problema.


    A hiperidrose primária focal afeta de 2 a 3% da população, no entanto, menos de 40% dos pacientes com essa condição consultam um médico.

  •  Hiperidrose secundária generalizada.
    Este tipo de transpiração excessiva é causado por uma condição médica ou é efeito colateral de uma medicação. Ao contrário da hiperidrose focal primária, as pessoas com hiperidrose secundária suam em todas as áreas do corpo ou em áreas incomuns.


    Outra diferença fundamental entre os dois tipos de hiperidrose é que pessoas com hiperidrose generalizada secundária podem transpirar excessivamente durante o sono.

    A hiperidrose secundária começa na fase adulta. O tratamento deste tipo de sudorese envolve primeiro determinar a causa do problema que pode ter origem hormonal – como alterações da tireoide, menopausa, obesidade ou uma medicação.


Há dois testes para se descobrir a extensão da hiperidrose. O teste de amido-iodo que consiste em uma aplicação de uma solução de iodo para a área suada e, após secagem, o amido é aspergido sobre a zona. A combinação amido e iodo com o suor deixa a região cor azul escuro. O outro método é o do papel de teste. Um papel especial é colocado sobre a área afetada para absorver o suor, e depois é pesado. Quanto mais peso tiver, mais suor se acumulou.

Tratamentos para o excesso de suor

Em ordem crescente de eficácia, os tratamentos incluem:

  • Antitranspirantes: Em alguns casos, o uso do antitranspirante (ou antiperspirante) pode amenizar o problema. Ele é mais eficaz se aplicado à noite, ao deitar, pois se aplicado pela manhã ele vai ser removido pelo próprio suor e não vai fechar as glândulas sudoríparas. Ao contrário, se aplicado à noite, na pele limpa e seca, não vai haver produção de suor e este não vai atrapalhar a sua ação;
 
  • Iontoforese: Este procedimento usa eletricidade para “desligar” temporariamente a glândula do suor das mãos e dos pés, mas não é muito eficaz. As áreas a serem tratadas são colocados em água e, em seguida, liga-se uma leve corrente elétrica. Esta é gradualmente aumentada até que o paciente sinta uma sensação de formigamento. A terapia dura entre 10 e 20 minutos e requer várias sessões. Os efeitos colaterais, embora raros, incluem bolhas e rachaduras da pele;
 
  • Medicamentos orais: drogas anticolinérgicas ajudam a impedir a estimulação das glândulas sudoríparas, mas, embora eficazes para alguns pacientes, é pouco receitado por causa de seus efeitos colaterais frequentes, que incluem boca seca, tonturas e problemas para urinar. Os beta-bloqueadores ou benzodiazepínicos podem ajudar a reduzir a transpiração relacionada ao estresse. Qualquer um deles deve ser prescrito pelo médico apenas;
 
  • Simpatectomia torácica endoscópica (STE): em casos graves ou quando outros tratamentos falharam, pode-se recomendar um procedimento cirúrgico. Este procedimento desliga o sinal que diz ao corpo para suar excessivamente, normalmente realizado em pacientes cujas palmas das mãos suam excessivamente, mas não funciona igualmente bem para quem tem sudorese excessiva nas axilas. A principal complicação é começar a suar em outras áreas do corpo, onde isso não ocorria anteriormente;
 
  • Toxina botulínica tipo A (Botox®, Dysport® e outros): A toxina é considerada padrão ouro – ou o melhor tratamento – para a hiperidrose das axilas, já que é muito eficaz, não causa efeitos colaterais e não é invasiva como a cirurgia.

    A toxina purificada é uma substância derivada de uma bactéria que é utilizada como medicação em vários tipos de doenças e para fins estéticos. A toxina bloqueia a ação da acetilcolina, que é necessária para a transpiração.

    Ela pode ser injetada na axila, nas mãos ou nos pés para bloquear temporariamente os nervos que estimulam a sudorese, sem causar nenhum efeito colateral, uma vez que a pessoa continua transpirando normalmente nas demais regiões do corpo.

    A aplicação é simples, rápida, feita em consultório e não causa a hiperidrose compensatória: aquele transtorno de passar a suar mais em outros locais. A redução do suor pode chegar a 99,4% no primeiro mês do tratamento.

    Os resultados surgem nos primeiros dias após a aplicação e duram por vários meses: normalmente faz-se apenas uma aplicação ao ano, mas há casos que precisam fazer a cada 6 meses em média no início do tratamento e depois ir espaçando mais. Em muitos casos, após poucas sessões pode-se suspender o tratamento.

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